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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os Deuses (e as deusas) gregos


É difícil escrever aqui no blog sem me deixar influenciar por tudo o que estou sentido agora (depressão pós Europa). Mas vou tentar ser neutra, escrever como se eu ainda estivesse lá...

Na sexta-feira em que os meus pais voltaram para o Brasil, foi o dia mais corrido e mais louco da minha vida.

Resumidadamente: Acordei às 3:00hs da manhã para acompanhá-los ao aeroporto. Eles embarcaram às 4:30hs. Me despedi e fiquei no aeroporto até às 6:00hs porque o primeiro ônibus era nesse horário. Fiquei estudando no saguão do aeroporto, porque naquele mesmo dia era a apresentação da minha tese na faculdade. Voltei para casa, estudei, dormi, estudei mais um pouquinho e fui para a faculdade.

Apresentei. Deu tudo certo, embora estivesse bem nervosa e cansada. Claro que recebi críticas, mas também recebi elogios, o elogio que mais gostei foi que o meu tema era o mais interessante e original apresentado até aquele momento. E a crítica mais pesada foi que eles esperavam uma conclusão com mais dados e estatísticas para comprovar a minha tese. Enfim, passou! Quer dizer passei! Agora posso dizer que sou mestranda em Finanças de Empresa!

Saí correndo da faculdade, fiz minha mala e fiz uma maratona para chegar a tempo no aeroporto para encontrar minhas amigas e embarcar!

(agora o post)
Ainda antes de voltar para o Brasil, fiz a minha última viagem pela Europa.
A escolha foi boa, embora o contexto político e econômico do país levasse a crer que não era o melhor momento para ir a Grécia.



O planejamento dessa viagem foi o mais original, na verdade não houve planejamento algum! Eramos 4 meninas, duas francesas, uma cambojana e a brasileira aqui!

O voo estava previsto para chegar às 2hs da manhã. O grupo já foi dividido logo na chegada à Atenas. Minhas amigas francesas, muito cautelosas reservaram hotel, uma delas já havia embarcado mais cedo e a outra se dirigiu para o hotel assim que chegamos no aeroporto. Eu e minha amiga cambojana não queríamos pagar hotel para dormir apenas algumas horas. Então decidimos que, ao chegar  em Atenas, iríamos para o centro da cidade procurar um barzinho ou uma casa noturna e iríamos esperar amanhecer para fazer o check-in (no sábado,  havíamos reservado hostel).

Descemos do ônibus em uma praça chamada Syntagma (onde fica o Parlamento e hoje é palco das manifestações sociais contra a crise). Caminhamos por Atenas, em uma madrugada quente, com nossas mochilas nas costas, paramos em um bar interessante, lotado de jovens. (O título desse post, já diz tudo. Nunca vi tanta gente bonita, garotos e garotas com idade entre 20 e 30 anos, os mais velhos nem são tão bonitos, mas os jovens...).

O dia amanheceu em um piscar de olhos. De manhã fomos até o hostel, com sorte conseguimos fazer o check-in às 8 da manhã (normalmente só podemos fazer o check-in depois das 11 horas). Dormimos exaustas...

O passeio dedicado para o sábado foi a visita a Acrópole.

Acrópole

Acrópole

Acrópole

A Acrópole de Atenas, também chamada de "rochedo sagrado", é o mais importante sítio arqueológico da Grécia e está situado no topo de uma colina, no centro da moderna cidade de Atenas. O lugar é encantador, repleto de ruínas e rochas, com uma beleza imensurável. Caminhamos e subimos a colina (cerca de 150 metros de altura), debaixo de um sol de quase 35º graus). É impossível descrever o calor que estava fazendo, mas ao mesmo tempo a adrenalina em estar lá, em olhar para baixo e ver uma cidade linda, fazia aquele momento valer a pena!

A Acrópole de Atenas possui três templos de mármore, o Parténon, que consagrava culto à Deusa Atena, protetora da Cidade-Estado de Atenas, o Erecteu e o Templo de Niki. Todos os monumentos na Acrópole de Atenas foram construídos durante a época áurea de Péricles, conhecida como o Período Clássico (450-330 a.C). Quase todos os monumentos da Acrópole de Atenas sobreviveram, cerca de 20 séculos, a incêndios, sismos, invasões, guerras e conquistas.

Depois da visita voltamos para a cidade. Passeamos pelo centro, fizemos algumas comprinhas e a noite jantamos em um típico restaurante grego. A salada grega é muito famosa e por sinal maravilhosa (tomate, pepino, cebola, azeitona, pimentão e queijo feta).

O bairro Plaka, é um centro comercial em Atenas que abriga diversos restaurantes. Tem uma rua em que há muitos restaurantes um do lado do outro, todos muito atrativos (dava vontade de parar em todos!).

Depois do restaurante, ainda passeamos pela cidade. Estava tendo uma apresentação musical. A música, o lugar, as pessoas (e a certeza que tudo estava acabando...), não teve como não me emocionar, chorei, como se fosse um agradecimento, por tudo o que havia conhecido e vivido até aquele momento em que estive fora de casa...

As meninas francesas voltaram para o hotel. Eu, minha amiga e alguns endereços de casas noturnas em Atenas nas mãos saímos em busca de um bom lugar para dançar. O resto da noite foi só decepção!

(i) Fomos nos dois endereços que tínhamos, e para nossa surpresa (ou não) os dois lugares estavam fechados. O pior é que eram dois lugares recomendados pelo livro guia que a nossa amiga francesa havia comprado. A dúvida era, quando esse livro havia sido publicado, antes ou depois da crise?
(ii) Os gregos não dançam... Até encontramos alguns lugares bons, mas descobrimos que os gregos não dançam. Eles vão aos bares, mesmo se a música é ótima, eles apenas ficam sentados conversando.

No final de tanto andar e procurar, acabamos voltando para o lugar que havíamos ido na noite anterior.

No domingo fomos para Egina, uma ilha grega, a mais próxima de Atenas. Fizemos o check-out do hostel porque iríamos dormir na ilha! Encontramos com as outras meninas no porto Pireu e pegamos o ferry boat. O percurso é de 40 minutos.

A ilha Egina, é uma pequena ilha, não tem lindas praias, mas é bem acolhedora. Nós até procuramos pela praia,  (fiquei pensando naquelas ilhas que vemos em filme com água azul e transparente...). Não encontramos nada disso, ao contrário, depois de caminhar por quase 1 hora, com as mochilas pesadas,  encontramos duas prainhas que nem eram atraentes. Mas como fazia muito calor, acabamos nadando na praia mais perto do centro da cidade. A água estava bem quente. Dia inesquecível pelas gargalhadas e músicas que cantamos dentro do mar!!!

No final do dia, as nossas amigas francesas voltaram para Atenas, e eu e minha amiga ficamos. Fomos procurar um lugar para dormir. Até que foi fácil, negociamos e conseguimos um bom quarto para duas pessoas por apenas 30 euros!

A noite, para salvar a nossa viagem naquela ilha, descobrimos que estava tendo um evento na cidade. Essa ilha é conhecida pelo pistache, e tem um doce feito com pistache e caramelo (igual ao pé-de-moleque, mas ao invés de amendoim, ele é preparado com pistache), e naquele dia os habitantes da ilha iriam preparar o maior doce (não me lembro quantos metros), para entrar no Guinness Book. Logo, a cidade estava lotada, todo mundo queria presenciar esse recorde e claro saborear o doce, que por sinal é muito bom!

Aproveitamos a noite naquela pequena ilha rodeadas por um povo muito simpático e alegre! Ao questioná-los sobre a crise da Grécia, eles nos perguntavam "Que crise?". Claro que era uma forma de esquecer um pouco o que o país está passando sem deixar a esperança e a simpatia de lado.

Na segunda voltamos para Atenas. Fizemos o check-in no mesmo hostel que havíamos ficado no sábado.

Logo em seguida fomos para o Estádio Olímpico de Atenas.

Estádio Olímpico de Atenas
Estádio Olímpico de Atenas
O lugar é imenso e fascinante, visitamos as proximidades das piscinas olímpicas. Embora o lugar seja novo (ele foi construído em 1982, mas foi totalmente reformado e ampliado para as olimpíadas de 2004), percebi um certo descuido... Gramas não aparadas, arquibancada das piscinas estragadas e deterioradas e vazio. Alguns jovens faziam natação, mas pelo tamanho do lugar, muita gente deveria estar lá usufruindo de um ambiente voltado ao esporte, educação e saúde.

No final do dia encontramos com as meninas e fomos subir o monte Lykavittos, o objetivo era ver o pôr-do-sol lá de cima...

Esse monte tem 277 metros, os 908 degraus nos levam ao topo que é o lugar mais alto de Atenas. Durante a subida, a vista da cidade arrancava arrepios, acho que foi a vista mais bonita que já vi na minha vida, as casas vão diminuindo de tamanho a cada degrau que você sobe, mais adiante é possível ver a Acrópole e um pouquinho mais a frente é possível ver o mar. Esse passeio dever ser feito por todo mundo que vai à Atenas.

O lugar, a natureza e a vista me fizeram questionar como pode existir lugares magníficos como esse. E ainda, como alguém pode morrer sem conhecer...

A vista do pôr-do-sol ficou comprometida pela poluição... Mas, mesmo assim, ficar lá até anoitecer foi mágico!

A noite, jantar em um ótimo restaurante grego, e lembranças desse maravilhoso final de semana! Depois do jantar ainda fomos em uma praça, chamada Gazi, onde há muitos barzinhos e muita gente (mesmo sendo segunda-feira).

Dizem que lá não há muitos turistas (meia verdade). Esse lugar é conhecido como o bairro das pessoas jovens e modernas de Atenas e já foi eleito pelo NY Times a região mais cool de Atenas. No entanto, nem lá, as pessoas dançam.

Dia seguinte, voo para Paris e dois dias para preparar o meu retorno para o Brasil.

(Ah, vocês devem estar se perguntando sobre as fotos... se eu disser que eu perdi todas... Não sei o que aconteceu... Descarreguei a câmera, e o pen drive simplesmente não abre...).

Um grande beijo
Aless














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